domingo, 8 de fevereiro de 2009

Poema "Katrina" - (do meu livro "O Bem e O Mal")

Katrina

O uivar do vento nas escuras madrugadas,
Sem luz, sem canção...
Saborear uma amarga zurrapa,
Meio-tinto, meio-seco, a rapa,
Com as pálpebras coladas...
É como conhecer Katrina
Belo nome ingênuo de menina,
Que esconde nas cavernas dos olhos
Sua índole maligna de sedução.
Que apunhala a essência num sopro,
Atira a bela safira adormecida, ao mar revolto...
Profano engano, nome pernicioso e soberano,
Semente da destruição, do sono profundo,
Dor, esquecimento e desolação...
Katrina nasceu nas alturas,
Num acolchoado de águas-suspensas,
Belas, traiçoeiras, tufosas e escuras...
Surgiu como um raio, uma mola gigante,
Entortando tudo, sugando a vida enfraquecida,
Num abrir e piscar de olhos, num instante...
Katrina não tem alma
É tempestade tropical,
Um arrogante furacão.
Despejou em cima de Nova Orleães
Sua insaciável fúria e se foi...
Foi em Agosto, Augustus em latim,
Oitavo mês do calendário Gregoriano.
Mississipi, Alabama e Luisiana,
Terão sempre Katrina na sua história:
Morte e destruição... Blues, Jazz, vida! A transformação...

Autor: Reinaldo Morais -
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